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Seleção de Poemas Augusto dos Anjos "EU"


Poeta brasileiro, nascido em Cruz do Espírito Santo, no Estado da Paraíba, em 20 de abril de 1884, e falecido em Leopoldina (MG) em novembro 12, 1914, Augusto dos Anjos foi um autor de um único livro de poemas, nós (1912), que passou despercebido pela crítica e pelos escritores da sua época, é hoje considerado um dos grandes poetas da língua portuguesa de todos os tempos.

Em 1900, aos dezesseis anos, foi estudar Letras no Liceu Paraibano, o que ampliou muito seus conhecimentos e passou a ser conhecido como poeta, graduou-se em Direito e lecionou no próprio liceu onde havia estudado. Contribuiu em periódicos com seus poemas.

Vale ressaltar que sua obra poética, constituída somente por um livro de poemas, não se enquadra em nenhuma escola literária, embora tenha sido influenciado por aspectos do Naturalismo e do Simbolismo, a escrita ímpar de Augusto dos Anjos não pode ser enquadrada em nenhum desses movimentos. E por isso o poeta é classificado juntamente aos seus contemporâneos do Pré-Modernismo.

Fazendo uma mescla de termos filosóficos mergulhados em total pessimismo e vocabulário científico, que raramente seriam encontrados em textos poéticos, Augusto dos Anjos escreveu uma poesia forte, visceral, centrada em uma angústia universal, por uma imortal lembrança fúnebre. Pessimista, cósmica, paradoxal, mórbida e angustiante, a poesia de Augusto dos Anjos é escrita com um vocabulário científico mesclado com uma tristeza profunda.

Cinco anos após sua morte, foi lançada a segunda edição de sua única coleção de poesias, enriquecida com alguns poemas inéditos e apresentada sob o título de Eu e outros poemas (Paraíba: editora oficial, 1919). Este volume havia sido encabeçado por um rico prefácio de Órris Soares que, pela primeira vez na história da crítica literária brasileira, destacou o real valor da obra de Augusto dos Anjos. Este apelo conduziu a um notável aumento do número de leitores americanos, o que por sua vez deu origem à reimpressão da edição de Soares em 1920.

Por fim, em 1928 veio à tona uma terceira edição, também intitulada Poesia Eu e outras (Rio de Janeiro: Castilho, 1928), com prefácio de Antonio Torres, alcançou grande sucesso de crítica e leitores. A partir de então, Augusto Anjos foi consagrado definitivamente como um dos grandes mestres da poesia contemporânea.


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