"Antes de Tudo" é uma jornada emotiva que reflete sobre a brevidade da vida e a necessidade de aproveitá-la ao máximo. Ao abordar a possibilidade de uma catástrofe iminente, há uma poderosa dualidade entre a beleza do mundo e a ameaça de destruição. Essa dicotomia serve como um lembrete poderoso da fugacidade da existência e da importância de vivê-la plenamente.
A ênfase na apreciação dos pequenos prazeres da vida, como nadar, ouvir os pássaros e até mesmo os sons irritantes dos vizinhos, destaca a busca pela felicidade em meio aos momentos cotidianos. A mensagem de agir para ajudar os outros, independentemente de quem sejam, ressoa como um chamado para a compaixão e a empatia, enquanto a aceitação dos erros e a coragem de tentar novamente reforçam a ideia de viver sem arrependimentos.
No cerne do poema está a aspiração de olhar para trás sem remorsos, sabendo que cada risada, cada gesto de bondade e cada tentativa são pilares fundamentais para uma vida vivida com plenitude, mesmo diante das incertezas que o futuro possa trazer. É uma reflexão cativante sobre a essência da existência humana e a busca pela realização pessoal, mesmo em face da eventualidade do desconhecido.
O poema é um chamado para viver plenamente, valorizando cada momento e cultivando uma atitude de gratidão, mesmo diante das adversidades. É um lembrete poderoso para não deixar escapar a beleza e a oportunidade de viver, especialmente quando o mundo ainda é repleto de encanto, antes de tudo ser potencialmente destruído.
Se em um futuro não tão longe
De repente começar
uma guerra nuclear
e tudo se acabar
Eu quero olhar pra trás
e não ter me arrependido
de não ter vivido
e de não ter aproveitado
enquanto o mundo
ainda era lindo
antes de tudo destruído.
Agora
eu vou nadar no mar
e na piscina até cansar
eu vou curtir cada sorriso
e o barulho dos passarinhos
e até o som alto dos vizinhos
com o qual as vezes me irrito
mas dá sinal que estamos vivos.
Em todo minuto que eu posso
vou livrar alguém da miséria
e não me importa o que fez
nem que era.
e em cada segundo que eu posso
vou sentir cada risada
mesmo que a dor esteja aqui
nada irá me impedir
dos risos e uma gota de alegria sentir.
e se o que eu faço
estiver errado
ou vier o fracasso
vou me sentir bem de um jeito ou de outro
pela possibilidade de poder tentar de novo.
E se o que alguém está fazendo
estiver errado
eu quero acreditar
que pode ser consertado.
Se quem eu tento amei
não está mais do meu lado
Eu quero amar quem estiver
e não exigir o passado.
O que não quero é olhar pra trás
depois de tudo destruído
e ter me arrependido
de não ter vivido
enquanto o mundo ainda era lindo.
Constantemente estou vendo e ouvindo
que a guerra faz isso.
E quando a dor vier
e me fazer chorar
aquilo que é ruim
Eu também vou sorrir.
E isso porque
Eu quero olhar pra trás
e não ter me arrependido
de não ter vivido
e de não ter aproveitado
enquanto o mundo
ainda era lindo
antes de tudo destruído.
Mafra Editions
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