Poetisa portuguesa nascida a 8 de dezembro de 1895, em Vila Viçosa (Alentejo) e falecida no dia do seu aniversário em 1930, em Matosinhos (Porto) por suicídio, Florbela começou logo na Universidade de Lisboa, uma carreira que não acabou.
Sua vida amorosa, após o fracasso em três casamentos, foi totalmente miserável, o que aprofundou o sentimento de insatisfação no amor que tão óbvio se refletia em sua poesia. Sua apurada sensibilidade artística floresceu, principalmente, em sonetos repletos de dolorosa intimidade e em um emotivo erotismo feminino, sem precedentes na literatura de seu país.
Sua obra representou a continuidade de certo romantismo decadente, com suaves tinturas de esteticistas parnasianas, e foi um dos primeiros passos no processo de emancipação literária da mulher. Os poetas Antero de Quental - um dos sonetistas mais felizes dados pela literatura - e António Nobre incluem influências mais diretas de Florbela Espanca, mais do que a abnegação sublimada de Sor Mariana Alcoforado.
Os títulos dos seus livros de poesia - Livro de Mágoas ('livro das frases', 1919), Livro de Soror Saudade ('livro da irmã Nostalgia', 1923) e Charneca em Flor revelam a pungência e as frustrações que prejudicam os seus dias. Um egoísmo às vezes cessa, passo a passo acelerado e implacável da plenitude para a decepção no amor, consciência clara da natureza efêmera da existência, eles muitas vezes se refletem em versos intensos.
As vastas planícies da casa alentejana inspiraram os seus poemas, que os recria em imagens de extraordinária beleza. A tremenda sensação de insatisfação que sempre a acompanhou e a depressão causada pela morte de seu irmão acabaram por precipitá-la na trágica determinação do suicídio.
Em 1931 teve publicação póstuma a obra narrativa de Florbela Espanca, As máscaras do Destino ('as máscaras do destino') e Domino black contos.
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